terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Se o meu pai fosse meu filho...






Quando vejo tudo nos trilhos, me pergunto como teria sido, se o meu pai fosse meu filho...


Como partido, ele haveria tido um avô amoroso e bem estabelecido...


Uma avó cheia de alegria, que dá cambalhota e faz estripulia...


Uma mamãe 'molinha', que sorri, acaricia e conta historinha...


Isso tudo me faz pensar, amar e entendê-lo, sem condicionar...


Como teria sido a sua história? Guardo em memoria, gratidão à sua improvável vitória.


Não teria apanhado...e talvez tivesse jogado em muitos outros gramados...


Teria sido criança, teria feito lambança, sem ter tido de si roubada a infância...


Não teria passado fome, andado desconfiado, ou tido algum dia, seu samba discriminado...


Tido seu próprio sapato, não seria jamais emprestado, sobretudo calçado apertado.


Questioná-lo, ficou no passado!


Por este calo, todo o meu apreço, recompensa que nunca me esqueço...

A que me permite ser pai de um guri, tal qual o meu nunca teve pra si.



 Adriano Deiró

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