sábado, 17 de setembro de 2022

Gratidão


 Rodolfo Pamplona Filho




Gratidão não se exige,

não se pede, nem se espera...

É presente de um coração puro,

que não vê outra forma de agir,

na memória da marca do passado

e do alívio do auxílio no desespero...




Por isso, a ingratidão machuca

como punhaladas nas costas,

como um tapa no rosto,

como uma dor fatal no peito...




O ingrato merece mais do que repúdio:

é pena de morte no coração,

que se fecha em uma ferida purulenta,

cujos bálsamos somente são

o ostracismo ou a ressurreição do perdão...




Reconhecer-se grato é o exercício da verdadeira humildade,

que é saber que, sozinho, não se consegue nada,

pois conquistas isoladas são vitórias de Pirro,

em que obter o resultado não significa necessariamente desfrutá-lo...




Gratidão é a resposta sincera

que o afeto exige por coerência!


É a marca que renova a esperança,

que não é a última que morre, posto imortal,

mas, sim, a certeza de que

ainda se pode ter fé na humanidade




Maceió, 03 de setembro de 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário