quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Tietê

Ieda Estergilda




No caldo grosso do rio

derramei lágrimas de tristeza e mágoa

pela águas urbanas, paulistanas, devastadas.

Ontem peixes e barcos, hoje leito fedido

na capital

esse rio vive além da lama

dos cadáveres encalhados

dos esgotos que desembocam nele

esse rio em que acredito

pois salvar é coisa dos homens

mesmo que tarde.


Um rio

é uma beleza, um ser

o Tietê é uma beleza ferida

uma ferida que brilha

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