sábado, 10 de dezembro de 2022

Ah destino!

 



Aíla Sampaio




enquanto te debulhas em marcar

o meu próximo passo,

um pássaro me oferta suas asas

e o sol arrefece seus raios

para me ver alçar vôo.


E quando penso que enfim driblei

a tua fúria, tu, agasalhado na

imponderável sina, não respeitas

o meu desejo de rasgar as distâncias.

Ris da minha pretensão de querer

arrebentar as amarras

e astuciosamente planejas a minha queda.


E tão bruscamente me fazes enxergar

que era de crepom o pássaro e inconsistentes

as asas, que esqueço de te condenar

e me censuro por sonhar tão alto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário