sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Hitler, meu filho!

 




Rodolfo Pamplona Filho


Se eu pudesse

Voltar atrás

E tentasse alterar

O meu passado,

Meu espírito teria paz

E meu destino seria mudado?

Se eu tivesse abortado meu filho,

Minha agonia teria fim?

Que seria do meu próprio íntimo,

Se eu matasse um pedaço de mim?


Gerei em meu útero

Um anjo louco

E nas minhas veias,

Eu me dei para ele,

Mas todo o sangue foi pouco

Para matar sua sede!

O meu corpo era árvore da vida,

Mas meu fruto semente da dor!

Como dói essa minha ferida

De não ter ensinado o amor!


Quantos inocentes

Sofreram por sua mão?

Quantas crianças

Por sua causa, morreram em vão?

Quantas crianças,

Pelo seu ódio, morreram em vão?


Amor materno

Com repúdio!

Sanidade mesclada

Com distúrbio!

Será que eu devia

Ter dito Não?

Será que eu devia

Ter dito Não?

Não!

Não!

Pois até os carrascos têm uma mãe!

... até os carrascos têm uma mãe!


(1991)

Letra: Rodolfo Pamplona Filho

Música: Jorge Pigeard

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