quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Campesino

 



Florisvaldo Mattos


Como folhas caindo num deserto,

humanas resistências vão caindo

sobre campo sem sol. Peito coberto

de um só grito esperança vai cobrindo.


Rude labor de enxadas consumindo

sangue que dá de sangue um sonho certo,

esperanças do amanho já sumindo

na sede de esperança que está perto.


Amargas deslembranças param, vendo

no íntimo do espetáculo chuvoso

a aparecido desaparecendo.


Antes que o amor se ausente ao chão sem húmus,

já baixam sobre o campo generoso,

as águas da manhã movendo rumos.

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