quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sozinho na Multidão

Sozinho na Multidão

Rodolfo Pamplona Filho
A pior solidão é
ficar sozinho na multidão,
esperando em pé
um pouco de atenção
de quem compartilha a fé
ou a promessa do coração.

Não sei se é trágico
ou simplesmente irônico,
mas é quase mágico,
diria icônico,
quando sua presença é reclamada,
mas, na verdade, ignorada...

Um dia, eu gritarei
e ouça quem quiser.
Direi tudo que sei
sobre a tristeza que vier:
não há dor maior ou lama
que ser ignorado por quem se ama.

Salvador, 06 de outubro de 2010.

4 comentários:

  1. Quem não já se sentiu ignorado por quem se ama? Aprendemos, nos ideais de serenidade, que o amor não é egoísta, que devemos simplesmente amar, que atenção não pode ser reclamada, mas, o que devemos fazer quando tais sentimentos são cativados em nossos corações e posteriormente ignorados por quem os cultivou?
    Me indago, e confesso não encontrar resposta para o contraditório criado por quem reclama nosso amor e presença e ao mesmo tempo nos ignora...o que posso dizer é que ser ignorado por quem se ama, cria em nossos corações um questionário de perguntas sem respostas, mas, que deve ser acalentado na certeza de que a podemos viver fisicamente sós, mas, povoados em pensamentos e sentimentos, pois, a nosso coração é um mundo aberto que nunca morre, por mais que sofra...

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  2. Amada Leila
    Vc captou exatamente o sentimento que eu quis passar quando escrevi este poema!
    Estamos conectados, amiga!
    Beijocas saudosas,
    RPF

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  3. Fico feliz em saber que os sentimentos que o poema despertou em mim, sejam os mesmos que o senhor quis passar. Confesso que me identifico com vários deles, o que faz com que não me sinta tão sozinha na multidão...

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  4. Querida Leila

    Definitivamente, não estamos tão sozinhos...
    Beijocas saudosas,

    RPF

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