quarta-feira, 9 de março de 2011

Comodidade?

Comodidade?

Rodolfo Pamplona Filho
O que fazer
quando ainda se ama um certo alguém,
mas este alguém
não é mais quem se quer?

Por que quando se pensa
estar pisando em terreno firme,
o chão desaparece sob seus pés
tal qual areia movediça?

Por que não se contentar
com a comodidade de um amor tranqüilo
com gosto de fruta mordida?

Por que ansiar pelo risco,
pelo arrepio, pelo suspiro,
pelos sobressaltos da vida?

Porque no dia em que o conforto superar a adrenalina
                       em que a inércia superar o suor
                       em que o mundo parar ao meu redor
                       provavelmente, eu estarei morto...

Salvador, 27 de novembro de 2010.

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