sábado, 25 de maio de 2013

Curiosidades do meio literário

O escritor Wolfgang von Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma
escrivaninha alta.

O escritor Pedro Nava parafusava os móveis de sua casa a fim de que ninguém
os tirasse do lugar.

Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer
uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico de pena, como o mais
extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.

Euclides da Cunha, Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, foi
engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio Pardo
(SP).. A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses depois de
inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido e a
reconstruiu. Mas, por via das dúvidas, abandonou a carreira de engenheiro.

Machado de Assis, nosso grande escritor, ultrapassou tanto as barreiras
sociais bem como físicas. Machado teve uma infância sofrida pela pobreza e
ainda era míope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Machado foi acometido por uma de suas piores crises
intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram
três meses de descanso em Petrópolis. Sem poder ler nem redigir, ditou
grande parte do romance para a esposa, Carolina.

Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só
para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica. Por insistência da
sogra, casou na igreja com Maria Augusta, católica fervorosa, mas exigiu que
a cerimônia ficasse restrita aos pais do casal. No segundo casamento, com
Heloísa, evitou transtornos: casou logo no religioso.

Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances,
desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em
sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.

José Lins do Rego era fanático por futebol. Foi diretor do Flamengo, do Rio,
e chegou a chefiar a delegação brasileira no Campeonato Sul-Americano, em
1953.

Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio
Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o
professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros.
Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou.
Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio matando
gente pela rua". Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto.
"Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado. Mas
não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."

Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta
Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e
esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o
hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o
exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu
horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.

Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando, também
escritor. Numa viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta que o
filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Clarice Lispector era solitária e tinha crises de insônia. Ligava para os
amigos e dizia coisas perturbadoras. Imprevisível, era comum ser convidada
para jantar e ir embora antes de a comida ser servida.


Monteiro Lobato adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado (a
bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico Fontoura. "Para
ele, era licor", diverte-se Joyce, a neta do escritor. Também tinha mania de
consertar tudo. "Mas para arrumar uma coisa, sempre quebrava outra."

Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos dez
anos, numa viagem de trem. Puxou conversa: "O senhor gosta de Camões?"
Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas que o mestre não lembrava. Na
velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para
impressionar os amigos. Foi escoteiro dos nove aos treze anos. Nadador do
Minas Tênis Clube, ganhou o título de campeão mineiro em 1939, no estilo
costas.


Guimarães Rosa, médico recém-formado, trabalhou em lugarejos que não
constavam no mapa. Cavalgava a noite inteira para atender a pacientes que
viviam em longínquas fazendas. As consultas eram pagas com bolo, pudim,
galinha e ovos. Sentia-se culpado quando os pacientes morriam. Acabou
abandonando a profissão.. "Não tinha vocação.. Quase desmaiava ao ver
sangue", conta Agnes, a filha mais nova.

Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo Lévi-Strauss porque era
muito amigo da mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário, o francês
descobriu que se preocupava em vão. O escritor era homossexual.

Vinícius de Moraes, casado com Lila Bosco, no início dos anos 50, morava num
minúsculo apartamento em Copacabana. Não tinha geladeira. Para aguentar o
calor, chupava uma bala de hortelã e, em seguida, bebia um copo de água para
ter sensação refrescante na boca.


José Lins do Rego foi o primeiro a quebrar as regras na ABL, em 1955. Em vez
de elogiar o antecessor, como de costume, disse que Ataulfo de Paiva não
poderia ter ocupado a cadeira por faltar-lhe vocação.

Jorge Amado para autorizar a adaptação de Gabriela para a tevê, impôs que o
papel principal fosse dado a Sônia Braga. "Por quê?", perguntavam os
jornalistas, Jorge respondeu: "O motivo é simples: nós somos amantes." Ficou
todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia apareceu.
Mas ele se levantou e, muito formal disse: "Muito prazer, encantado." Era
piada. Os dois nem se conheciam até então.


O poeta Pablo Neruda colecionava de quase tudo: conchas, navios em
miniatura, garrafas e bebidas, máscaras, cachimbos, insetos, quase tudo que
lhe dava na cabeça.


Vladimir Maiakóvski tinha o que atualmente chamamos de Transtorno
Obsessivo-compulsivo (TOC). O poeta russo tinha mania de limpeza e costumava
lavar as mãos diversas vezes ao dia, numa espécie de ritual repetitivo e
obsessivo.



A preocupação excessiva com doenças fazia com que o escritor de origem
tcheca Franz Kafka usasse roupas leves e só dormisse de janelas abertas –
para que o ar circulasse -, mesmo no rigoroso inverno de Praga.

O escritor norte-americano Ernest Hemingway passou boa parte de sua vida
tratando de problemas de depressão. Apesar da ajuda especializada, o
escritor foi vencido pela tristeza e amargura crônicas. Hemingway deu fim à
própria vida com um tiro na cabeça.


O poeta português Fernando Pessoa tinha o hábito de escrever sob diversos
heterônimos, cada qual com estilo e biografia próprios. Entre os heterônimos
adotados estão Ricardo Reis, Alberto Caieiro e Álvaro de Campos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário