sexta-feira, 28 de junho de 2013

Soneto do Ódio




Soneto do Ódio.





por Antônio De Albuquerque Paixão, quinta, 5 de Julho de 2012 às 10:31 ·


A despeito de meu atual aspecto,
Carcomido, amorfo e sem rutilância,
Já fui garbo, um elegante circunspecto,
Um módico ambicioso sem ganância.

Amei o lúdico, o estético, o singelo,
Garimpei sorrisos, amores, amizades,
Amealhei porém o oposto do belo,
Recebi de troco, torvas falsidades.

Me fiz então corsário, pirata, bucaneiro,
Singrei os mares buscando fama e dinheiro,
Remanescendo a dor de inocentes mutilados.

Avaliando minhas pilhagens, meu butim.
Restou-me um coração profligado e ruim,
Pelo ódio de todos os desgraçados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário