quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Miliciana da poesia


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Sem receio anuncio:
Uma miliciana me tornei!
O crime para mim permitido
É extorquir do meu Português
Amplificadores da minha alma
Para as emoções dar voz e vez

Associada a outras
Que muito antes de mim
Se aperfeiçoaram no iter
Sobre rimas de festim
Festejo a minha escolha
Quando a este delito aderi

Mais fácil seria o Mundo
Se todos pudessem desferir
As rimas certeiras e cortantes
Que passei a redigir
Encriminando minh'alma
Certeza, nada errado cometi.

Se há dor, a palavra consola
Quando, raiva, na estrofe deságua
O temor a poesia apreende
E, no outro dia,
O máximo que o jornal anuncia
A notícia arrepia: Ela sorri!'

Pacificada no meu sentir
Tributos ti imponho, quando leres a mim
Sentir-se leve... Quiçá! Feliz.
Guardando provas: indícios do que cometi
Crimes que compensam
Assim eu os assumi.

Negra Luz

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