terça-feira, 23 de abril de 2024

O Flamboyant





 Beni Carvalho



Forte, esgalhado, heril, o flamboyant, de flores

Rubras, na antiga fronde, ostentava a vitória

De púrpura triunfal, na opulência da glória

Do sol, no alto do Azul, todo em chama e fulgores.



Lutou.  Venceu heróico!  A conquista, na história

Vegetal, alcançou no meio de esplendores:

— Ora, altivo, pompeando à luz as rubras cores;

— Ora, verde, a cantar a Esperança ilusória!



Hoje, porém, descansa o flamboyant por terra, 

Sangrenta a floração, circundando-o, morrendo, 

À agonia mortal, que o seu martírio encerra:



— Egrégio lutador que, na refrega, exangue,

Fulminado, semelha, a cair, combatendo,

Um cadáver de herói, salpintado de sangue!

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