segunda-feira, 11 de julho de 2011

SOLILÓQUIO

SOLILÓQUIO

Oh! vida miserável, quando enfim
Poderei apagar o teu pavio?

Em que porto meu lúgubre navio

Esmagará seu último motim?

Até quando as palavras que eu recrio

Destruirão as orlas do arlequim

E o pouco que restou dentro de mim

Só servirá de mote e de assobio?

Quando essa seiva de mortal matéria

A transportar patética miséria

Vai desistir desse mover tão fútil

E aqueles vermes que encerram a história

Vão apagar a última memória

Do que restou de um chimpanzé inútil?



Alexandre Roque, fevereiro de 2011
http://www.alexandreroque.com/2011/02/soliloquio.html

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