TEMPO DE QUARESMA
Quaresma.
Tempo de recolhimento. Tempo de silenciar. Tempo de espera. Tempo de encontro e
reencontro. Tempo de lançarmo-nos no mais profundo de nossa alma e lá, com
olhar microscópico, tentar encontrar em nós o que há de bom e o que há de ser
repensado, reparado. É especialmente tempo de faxina. Não daquela que só retira
a poeira da superfície do móvel, mas daquela que, com a espátula, arranca as
crostas que nos corroem a alma, e nos fazem endurecer diante da beleza da vida!
Faxina com “F” maiúsculo! É dessa faxina que preciso. Eu preciso. E exatamente
assim! Para retirar as crostas que deixei que se sedimentassem em mim, tomando
o lugar da leveza e deixando tudo brutalizado, endurecido, ríspido! Não é
fácil! É tempo em que se precisa estar preparado porque, se for de verdade esta
jornada a que nos propomos ela vai doer! Vai revelar o que insistimos não enxergar.
Vai desnudar o que fazemos questão de cobrir! Vai mexer no que se estagnou em
nós, e nos acostumou a pensarmos e sentirmos pequeno! Coragem! Será preciso
coragem! Não sei se a terei, mas o primeiro passo é o querer, e ela surge em
mim com uma urgência urgentíssima. Estou no limite de minha humanidade! Pequenina
e frágil humanidade. De uma coisa tenho certeza, há Aquele que me acompanhará
incondicionalmente nessa aventura de Ressurreição. Sim, de Ressurreição.
Presença presente, ausente aos olhos, mas concreta na jornada. O próprio
CRISTO! Guia para a verdadeira travessia. Aquele que nos mostrará a outra
margem! O outro lado! O lado bom de todos nós. A luz na escuridão e a calmaria
na tempestade. Enfim, o que realmente pretendemos neste tempo especial é atravessaremos
o deserto quaresmal para estarmos Nele mesmo. Fim maior, Supremo Bem. Onde
sempre estaremos adequados, ajustados, equilibrados, leves, felizes, em paz. Nele,
Ágape! Salvação, plenitude, vitória certa! Ele, o Cristo que nos limpará da
lepra a que nos acostumamos. A lepra do egoísmo, da falta de perdão, do
julgamento, da intolerância, da falta de valores, da prostituição do corpo e da
alma, das guerras desmedidas e injustificáveis, de tudo, tudo que se opõe ao
puro amor! A Ele, em quem devemos estar mergulhados como nossa eterna Quaresma!
Que o próprio Espírito Santo nos fortaleça na busca quaresmal de nosso lugar em
Jesus Cristo. Nosso Senhor! Meu Senhor! Meu amor! Vamos todos viver essa “aventura”
salvífica que é o próprio Cristo! CORAGEM!!! Ele mesmo, que nos amam desesperadamente, nos
ajudará!!! Amém
Andréia
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