Alberto da Cruz
Minha ruína bebo em longos goles;
Minha morte sorvo lentamente;
Meu destino vejo calado...
A me fitar sofregamente.
Esta taça em minhas mãos,
Este ardor me corrói lentamente...
Rubros olhos, face rubra...
E o delírio em mim... intensamente.
Aproxima-se do fim o líquido rapidamente...
Desvirtuo a vida e nos prazeres
Insana a consciência dos quereres...
A fumaça toma a cela completamente.
A morte encerra a vida;
Na garrafa finda o vinho...
As cinzas acabam no cinzeiro...
O poema termina no lixo...
— E meu corpo na sepultura! —
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