quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Vinho e cigarro



Alberto da Cruz






Minha ruína bebo em longos goles;
Minha morte sorvo lentamente;
Meu destino vejo calado...
A me fitar sofregamente.


Esta taça em minhas mãos,
Este ardor me corrói lentamente...
Rubros olhos, face rubra...
E o delírio em mim... intensamente.


Aproxima-se do fim o líquido rapidamente...
Desvirtuo a vida e nos prazeres
Insana a consciência dos quereres...
A fumaça toma a cela completamente.


A morte encerra a vida;
Na garrafa finda o vinho...
As cinzas acabam no cinzeiro...
O poema termina no lixo...



— E meu corpo na sepultura! —

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