quinta-feira, 14 de março de 2024

Quando até a voz...

 



Mihai Eminescu


Quando até a voz do pensamento cala,

Me envolve o doce canto de uma prece –

Então te chamo; o meu chamar te abala?

Sairás da fria bruma que te tece?


E a escuridão da noite aclararás

Com teu olhar pacífico e risonho?

Retorna, deixa as sombras para trás,

Para te ver voltar – como num sonho!


Vem lentamente... perto... ainda mais;

Chega sorrindo junto à minha face,

Mostra-me, num suspiro, que és tornada.


Que teu cílios nos meus façam-se laços,

Para que eu sinta um frêmito nos braços –

Para sempre perdida e sempre amada!



Tradução: Luciano Maia


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