Douro (Filipa Leal)
Não sei
se prefiro o rio
ou o seu
reflexo nas janelas espelhadas.
De um
lado
os barcos
ancorados,
do outro
lado:
barcos -
na imediata memória das âncoras.
Deste
lado, o porto, ou o cais,
contracenando com a sua própria
inexistência
daquele
lado.
Existirá
aquele rio nos espelhos?
Poderá
este subsistir sem as janelas?
Sou
dourada como os peixes que te
desabitaram. E, do outro lado,
sou
desabitada.
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