Um dizer ainda puro (Vasco Gato)
imagino
que sobre nós virá um céu
de espuma
e que, de sol em sol,
uma nova
língua nos fará dizer
o que a
poeira da nossa boca adiada
soterrou
já para lá da mão possível
onde
cinzentos abandonamos a flor.
dizes:
põe nos meus os teus dedos
e
passemos os séculos sem rosto,
apaguemos
de nossas casas o barulho
do tempo
que ardeu sem luz.
sim, cria
comigo esse silêncio
que nos
faz nus e em nós acende
o lume
das árvores de fruto.
diz-me
que há ainda versos por escrever,
que sobra
no mundo um dizer ainda puro.
Embora ainda haja a dizer
ResponderExcluirNão vejo como fazer poesia
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Não entendi...
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