quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Apoteose



 Tavares Bastos




Senhora, estes meus versos eram cheios

De tenebrosos, místicos pecados,

Porém já foram todos comungados

Com a hóstia santa dos teus níveos seios!



E assim por essa luz iluminados

Apagaram-se os tristes devaneios

Que os maculavam de cruéis anseios,

Brumando-os de negrores mascarados!...



E já que os leste, minha santa amada,

Rasga-os agora: quero estrangulada

Minh'alma ver em tuas mãos de neve!...



E então, que este prazer ainda eu goze,

Erguendo novamente uma ara leve


Para fazer-te nova Apoteose!...


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