Fernando Pessoa
LÂMPADA deserta,
No átrio sossegado.
Há sombra desperta
Onde se ergue o estrado.
Na estrada está posto
Um caixão floral.
No átrio está exposto
O corpo fatal.
Não dizem quem era
No sonho que teve.
E a sombras que o espera
É a vida em que esteve.
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