Muitos abraços
Não corro atrás de ventos,
nem de inventos.
Há coisas demais perto de mim,
Que vejo e não invejo.
Não posso, sozinha, cuidar do mundo,
Nem me iludo.
Há gente demais perto de mim,
De mãos armadas, desalmadas.
Não vou chorar um minuto,
Nem uma gota.
Há choro demais perto de mim.
Quero olhos abertos e libertos.
Não vou engarrafar nuvens
Nem querer a lua.
Há imaginação demais perto de mim
Quero-as ver de longe, da rua.
Não vou cultivar plantas,
Nem horta, não me importa.
Há flores murchas dentro de mim
Que preciso ressuscitar.
Mas quero e peço a Deus:
Mãos limpas, abertas, em oferta,
Coração puro, desarmado e amante,
Longos braços, pra muitos abraços
Do mundo!
Maria Francisca – dezembro/2011.
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