Procura-se Amizade
Procura-se: amizade que não se
venda,
que não seja alugável, nem por prazo determinado
ou indeterminado, nem muito menos para eventos.
Deve ser ampla o suficiente para que eu sempre
me sinta à vontade. E ser ventilada pela brisa fresca
da alegria de nos revermos.
É indispensável que tenha vista para a justiça
e para a liberdade, em todas as suas acepções.
Precisa ter quatro quartos, e que necessariamente curta
todos eles - mas a suíte da Lua cheia sempre será a preferida.
O sol do seu sorriso deverá brilhar todas os dias;
em compensação, prometo que as nuvens que pairarem
sobre nós servirão unicamente para que conversemos à sombra.
É importante que tenha uma história entre suas paredes.
E, já que as paredes têm ouvidos, que se proponham
a ouvir a minha história. Velhas e novas histórias,
que ficarão muito mais enriquecidas pela interação
com as suas velhas e novas histórias pessoais.
Na portaria, a segurança de que nada que nós digamos,
ou façamos, será usada contra nós, em tempo algum.
Muito ao contrário, tudo que nós confidenciarmos
ao outro servirá para nos tornar mais íntimos, mais próximos,
mais cúmplices e, ao mesmo tempo, mais amplos,
mais abertos, mais encontrados, mais iguais.
A cozinha deverá ser integrada à sala dos nossos papos.
Comeremos e beberemos ao sabor das frases temperadas
e sorvidas pelo carinho e brilho nos olhos, alimentados
pela admiração recíproca. Que nunca estará no freezer,
porque sempre aquecida pelas lembranças do bom
que tem sido ter uma amizade assim.
O corredor bem que servirá para que, volta e meia,
nos encontremos de passagem. Mas um simples
"Oi" será o suficiente para que nós relembremos
o quanto nos gostamos. E a troca de sorrisos dirá
o quanto nos queremos.
É importante que, eventualmente, chova lá fora.
Pararemos para vê-la. E correremos, sorrindo, quando a atravessarmos.
Saberemos que sentir o cheiro da terra molhada
ficará ainda melhor com o cheiro da proximidade do outro.
A casa deverá ter sempre um cantinho para os irmãos e as irmãs.
E um canto de boas-vindas se ouvirá à sua chegada.
Por mais que eu queira que essa casa seja muito minha,
sei que reservarei o melhor espaço dela para os meus pais.
E para os pais de quem me visitar. Porque sempre serei grato
a eles por terem gerado pessoas tão amoráveis, parceiras,
fascinantes, verdadeiras, confiáveis e maravilhosas como eu e você.
Alberto Saraiva
que não seja alugável, nem por prazo determinado
ou indeterminado, nem muito menos para eventos.
Deve ser ampla o suficiente para que eu sempre
me sinta à vontade. E ser ventilada pela brisa fresca
da alegria de nos revermos.
É indispensável que tenha vista para a justiça
e para a liberdade, em todas as suas acepções.
Precisa ter quatro quartos, e que necessariamente curta
todos eles - mas a suíte da Lua cheia sempre será a preferida.
O sol do seu sorriso deverá brilhar todas os dias;
em compensação, prometo que as nuvens que pairarem
sobre nós servirão unicamente para que conversemos à sombra.
É importante que tenha uma história entre suas paredes.
E, já que as paredes têm ouvidos, que se proponham
a ouvir a minha história. Velhas e novas histórias,
que ficarão muito mais enriquecidas pela interação
com as suas velhas e novas histórias pessoais.
Na portaria, a segurança de que nada que nós digamos,
ou façamos, será usada contra nós, em tempo algum.
Muito ao contrário, tudo que nós confidenciarmos
ao outro servirá para nos tornar mais íntimos, mais próximos,
mais cúmplices e, ao mesmo tempo, mais amplos,
mais abertos, mais encontrados, mais iguais.
A cozinha deverá ser integrada à sala dos nossos papos.
Comeremos e beberemos ao sabor das frases temperadas
e sorvidas pelo carinho e brilho nos olhos, alimentados
pela admiração recíproca. Que nunca estará no freezer,
porque sempre aquecida pelas lembranças do bom
que tem sido ter uma amizade assim.
O corredor bem que servirá para que, volta e meia,
nos encontremos de passagem. Mas um simples
"Oi" será o suficiente para que nós relembremos
o quanto nos gostamos. E a troca de sorrisos dirá
o quanto nos queremos.
É importante que, eventualmente, chova lá fora.
Pararemos para vê-la. E correremos, sorrindo, quando a atravessarmos.
Saberemos que sentir o cheiro da terra molhada
ficará ainda melhor com o cheiro da proximidade do outro.
A casa deverá ter sempre um cantinho para os irmãos e as irmãs.
E um canto de boas-vindas se ouvirá à sua chegada.
Por mais que eu queira que essa casa seja muito minha,
sei que reservarei o melhor espaço dela para os meus pais.
E para os pais de quem me visitar. Porque sempre serei grato
a eles por terem gerado pessoas tão amoráveis, parceiras,
fascinantes, verdadeiras, confiáveis e maravilhosas como eu e você.
Alberto Saraiva
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