segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Absurdo Nosso de Cada Dia

O Absurdo Nosso de Cada Dia
Rodolfo Pamplona Filho

A cada dia que passe,
entendo menos o meio que vivo,
em que se precisa explicitar o óbvio,
como se fosse vital advertir do evidente.

Vejo placas que não compreendo:
Proibido pegar carona em ônibus...
Fale com o motorista só o necessário...
Não jogue lixo nas ruas...
Dê descarga após usar o sanitário...

Vejo expressões que não entendo:
Hora extra habitual...
Opção obrigatória...
Demais como coisa boa...
Monstro como alguém do bem...

Vejo tratamentos que não entendo:
Tio sem parentesco...
Mestre sem Mestrado...
Doutor sem Doutorado...
na verdade, sem um curso sequer...

Pedir desculpas por qualquer coisa...
Ultrapassar o velho sinal vermelho de Caetano...
Insistir quando já se repetiu o não...
É difícil pensar em alemão,
pois não há limites para a idiotice coletiva
que não cansa de manter viva
a esperança de, um dia, surpreender...

Salvador, 08 de setembro de 2010, pensando em alemão...

6 comentários:

  1. Oi Primo!
    Foi um prazer revê-lo, ainda que a visita tenha sido "express" (rs).
    Gostei do blog, dos textos, e da estética, da estante de livros, biblioteca, e das ilustrações! Vamos trocando figurinhas e mantendo contato. Um grande abraço pra vc, Emília e pras crianças! Apareçam e também daremos um pulo aí, logo, logo, antes da Veigafest, pelo jeito, hihih... Bjão, Elise.

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    Respostas
    1. Amada prima

      O prazer foi todo meu!
      E pretendo voltar a SC com muito mais frequenia...
      Reorganize a Veigafest...
      Beijos,

      RPF

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  2. Arrasou... Um desabafo que vai no ponto! Parabéns!

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  3. A sensibilidade do sr é comovente!
    Além de um grande jurista, um ser sensivel, humano, artista!!!

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