Miragem
...eu vejo um mar de gente,
logo ali,
diante de mim.
Se não vejo,
invento!
Aqui,
o
sangue é salsa de tomate
e o
amor é inventado.
A mulher é homem
e o homem se traveste de mulher.
Ali,
a boneca é bailarina
e o bailarino é mágico.
O palhaço é malabarista
e o
malabarista é ilusionista.
Dalí,
obra de arte total,
surreal,
transcendental,
imortal.
Onde está o Tristão?
A sombra é Isolda.
O feminino se faz sombra.
Miragem...
Roupagem...
Plumagem...
Margem: a morte não tem sombra.
Daqui,
a fábrica começa a buzinar.
Na cama,
a chama clama reclama
do ranger
do espreguiçar...
e a voz
da bem-vinda companheira
com seu corpo de violão
canta a dor
de uma bendita natureza,
que clama a procriação!
Verdade?
Imagem!
Tatuagem [...]
Margem
:Camuflagem
Viagem?
Miragem.
.... escorregou o
telão,
ao som do violão,
procurando por
Tristão.
Acabou?
Não...
e a procriação? (...)
Por: Adriana do Carmo Figueiredo, numa
madrugada de sábado, indagando sobre a verdade, após o espetáculo “La Verità”.
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