domingo, 6 de julho de 2014

Miragem

Miragem

...eu vejo um mar de gente,
logo ali,
diante de mim.

Se não vejo,
invento!

 Aqui,
 o sangue é salsa de tomate
 e o amor é inventado.
A mulher é homem
e o homem se traveste de mulher. 

Ali,
a boneca é bailarina
e o bailarino é mágico.
O palhaço é malabarista
 e o malabarista é ilusionista.

Dalí,
obra de arte total,
surreal,
transcendental,
imortal.
Onde está o Tristão?
A sombra é Isolda.
O feminino se faz sombra.
Miragem...
Roupagem...
Plumagem...
Margem: a morte não tem sombra.

 Daqui,
a fábrica começa a buzinar.

Na cama,
a chama clama reclama
 do ranger do espreguiçar...
e a voz
da bem-vinda companheira
com seu corpo de violão
canta a dor
de uma bendita natureza,
que clama a procriação!

Verdade?
Imagem!
Tatuagem [...]
Margem
:Camuflagem
Viagem?
Miragem.
.... escorregou o telão,
 ao som do violão,
procurando por Tristão.
Acabou?
Não...
e a procriação? (...)


Por: Adriana do Carmo Figueiredo, numa madrugada de sábado, indagando sobre a verdade, após o espetáculo “La Verità”. 

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