segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Banalização da Morte

A Banalização da Morte
Rodolfo Pamplona Filho

A TV divulga, a rádio anuncia,
o jornal comunica
o saldo das mortes do final de semana...
o trânsito, o acidente doméstico
ou a costumeira e pontual queima de arquivo...

Normal...

Ouvimos impassíveis,
tomando o café nosso de cada dia,
no meio das notícias políticas
ou da alegria ou tristeza com
o resultado do jogo do nosso time...

Normal...

Não há espaço para indignação,
nem mesmo há tempo para isso...
A informação passa por
nossos olhos e ouvidos
como uma brisa imperceptível...

Normal...

O sangue escorre das imagens,
do som e dos papéis...
mas não se sente nada...
Anestesia coletiva, difusa e impessoal...
A apatia e a indiferença
não fazem acepção de pessoas...

Normal...
Normal?

Salvador, 16 de agosto de 2010, uma segunda-feira sangrenta...

4 comentários:

  1. Pampz! Já era hora de criar um espaço seu, onde pudesse expressar todo esse sentimento que carrega consigo! Parabéns pelos poemas, lindos, carregados de emoção, assim como vc!!

    Joeline

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  2. Esse seu poema agiu como um filho...
    Um filho alheio e faminto, chorando em uma noite de fadiga, incomodando o meu sono!

    ....minha imparcialidade, minha pseudo-cegueira, meu comodismo nefasto ante os fatos ocorridos e noticiados diariamente...

    Esse poema é um filho chorando durante a madrugada. Eu desperto assustado.
    Nesse instante, eu penso o quanto de mim a cidade ousou furtar!

    Anormal!

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  3. Querida Joeline

    Fiquei muito feliz em te encontrar aqui no blog!
    Este espaco e todo seu tambem!
    Bjs,

    RPF

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  4. Prezado Heidn

    Sensacional manifestacao: poesia pura!
    Abs,

    RPF

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