domingo, 15 de agosto de 2010

A Perda da Inocência

A Perda da Inocência
Rodolfo Pamplona Filho
Hoje, eu acordei...

... e percebi, finalmente, que estava dormindo!

Dormindo não o sono dos justos,

dos exauridos pelo esforço de se manter vivo

e sim o sono dos puros

que, em sua inocência, vivem o sonho

e sonham o real



Hoje, eu acordei...

... e olhei nos olhos do mundo com olhos de autista

(anjos barrocos em poemas simbolistas)

contando um todo e vendo uma parte,

cantando canções pela metade...



Hoje, eu acordei...

... e tenho medo como criança pequena

de se descobrir vivo num mundo de máscaras,

de ter acreditado que viver era bom...



Hoje, eu acordei...

E pena!!!

Acho que nunca mais vou dormir...



(Salvador, 02 de janeiro de 1992)

20 comentários:

  1. Pampls!
    Não tem jeito... Adoro todos os seus poemas, mas esse é o meu preferido e acho que sempre vai ser. Na primeira vez que li, me identifiquei imediatamente... Acho que todos nós passamos por um momento na vida em que perdemos a nossa inocência e isso é meio traumático, mas tem sua importância!
    Parabéns pelo blog! Poste sempre suas criações, estarei sempre por perto, acompanhando.
    Beijocas,
    Didier.

    ResponderExcluir
  2. Sem dúvida esse é meu poema favorito!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Ouçam a versão musicada: www.myspace.com/treblebes
    Abraços a todos,

    Rodolfo Pamplona Filho

    ResponderExcluir
  4. Queridos Ninha e Fredson
    Valeu mesmo pela participação de vcs no blog!
    Aguardo outros comentários, viu?
    Abs,
    RPF

    ResponderExcluir
  5. Enfim encontrou uma foto para ele!!!bjus Amanda!

    ResponderExcluir
  6. Oi, Amanda!
    Eu realmente fiquei muito feliz em ter encontrado uma imagem, pois este era o primeiro texto do blog e ainda continuava sem imagens...
    Mas não se preocupe que, pelas minhas contas, ainda faltam mais de 130 textos para vc colar figurinhas (contando os que ainda vão entrar no ar!)
    Bjs,
    RPF

    ResponderExcluir
  7. A leitura que acabo de fazer me mostrou que continuo adormecido para cumprir o meu objetivo de vida. Me fez mto bem. Marcos AVALLONE.

    ResponderExcluir
  8. É uma benção, amigo...
    Abs,
    RPF

    ResponderExcluir
  9. Que bom que gostou!
    Bjs,
    RPF

    ResponderExcluir
  10. Estava me fazendo contas aqui, em 1992 eu tinha 21 anos, mas ainda não tinha acordado Rsrsrs. Para falar a verdade, as vezes ainda tenho duvidas se o que vivemos não é uma oscilação esquizofrênica entre dias de sonho e dias de pesadelo. Rsrsrs Iran. Um abraço.

    ResponderExcluir
  11. Amado Iran

    Na data em que fiz este poema, eu faltava pouco menos de seis meses para fazer 20 anos...
    Mas, mesmo hoje, ainda oscilo entre o que vejo e sinto...
    Abraços,

    RPF

    P.S.: Vc já viu a versão musicada deste poema? Confira em www.myspace.com/treblebes

    ResponderExcluir
  12. Lindo...tocante...profundo e envolvente!

    ResponderExcluir
  13. Oi, Luma!
    Fico feliz que tenha sido tocada pelo texto!
    Bjs,
    RPF

    ResponderExcluir
  14. Dr Rodolfo,

    Tive oportunidade de ver ao vivo vc recitar esse lindo poema, no auditório da Unyahna.

    Parabéns!!!

    Cynara Silva

    ResponderExcluir
  15. Rodolfo,
    não me canso de ler este texto. É o meu preferido!
    Melhor ainda quando recitado por você (como feito no semestre passado com a turma de metodologia).
    Lindo!
    Forte abraço,
    Fernanda M.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Fernanda M.!
      Ele é, sem dúvida, um dos meus poemas favoritos!
      E quando foi musicado, virou uma das minhas canções preferidas...
      Valeu!
      Abraços,
      RPF

      Excluir
    2. E você o recitou ontem de novo.
      Amei!
      Fernanda M.

      Excluir