Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
sábado, 17 de agosto de 2019
Leveza
Cecília Meireles
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
A Alma Doente
Rodolfo Pamplona Filho
O corpo dói
e pede ajuda
a quem sequer sentiu
a força da dor na alma.
A cabeça lateja
e reclama
de quem não viveu
a intensidade da alma.
O espírito fraqueja
e rasteja
por não conhecer
a cura da doença da alma.
Praia do Forte, 24 de junho de 2018.
quinta-feira, 15 de agosto de 2019
Primeiro Motivo da Rosa
Cecília Meireles
Vejo-te em seda e nácar,
e tão de orvalho trêmula, que penso ver, efêmera,
toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.
Meus olhos te ofereço:
espelho para face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.
Então, de seda e nácar,
toda de orvalho trêmula, serás eterna. E efêmero
o rosto meu, nas lágrimas
do teu orvalho… E frágil.
quarta-feira, 14 de agosto de 2019
Diferenças
Rodolfo Pamplona Filho
Há uma diferença
entre ser discreto
e esconder segredo
Há uma diferença
entre ser sincero
e agredir verbalmente
Há uma diferença
entre ser verdadeiro
e expressar ódio
Há uma diferença
entre ser livre
e abusar do poder.
Orlando, 03 de janeiro de 2019.
terça-feira, 13 de agosto de 2019
Quem pisou o mesmo chão
César Faria
Quem pisou o mesmo chão,
Quem bebeu a mesma água,
Quem respirou os mesmos ares,
Quem abriu os olhos e também chorou como um bebê,
Quem ao fechar de outros olhos também não conteve o choro da saudade,
Quem enxergou os mesmos campos e as mesmas praias,
Quem se banhou nos mesmos rios e nos mesmos mares,
Não importa se tem o mesmo sangue,
É da mesma família!
É da mesma cidade!
Fiz agora no correr da pena,
Em um minuto,
Este poema,
Dedicado aos amigos de Entre Rios!
16/06/2019.
segunda-feira, 12 de agosto de 2019
Ela com A, Ela do B
Rodolfo Pamplona Filho
Ela com A
Ela com Afeto,
Amor e Admiração
Ela do B
Ela do Barraco,
Briga e Batida de frente
Ela com A
Ela com Amizade,
Abraço e Ação
Ela do B
Ela com Birra,
Bolacha e Batalhas
Ela com A
A mulher que sonhei
para mim
Ela com B
O pesadelo que
sempre temi
Ela com A
Ela do B
Duas pessoas
em um mesmo ser.
Salvador, 18 de outubro de 2018.
domingo, 11 de agosto de 2019
Amar
Carlos Drummond de Andrade
Opções
Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
Sozinho, em rotação universal, senão
Rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia,
O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
É sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
O que é entrega ou adoração expectante,
E amar o inóspito, o áspero,
Um vaso sem flor, um chão de ferro,
E o peito inerte, e a rua vista em sonho,
E uma ave de rapina.
Este o nosso destino: Amor sem conta,
Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
Doação ilimitada a uma completa ingratidão,
E na concha vazia do amor à procura medrosa,
Paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
E na secura nossa, amar a água implícita,
E o beijo tácito, e a sede infinita.
Assinar:
Postagens (Atom)