sábado, 10 de fevereiro de 2024

O Leão Baio da Bahia

 O Leão Baio da Bahia (Introdução)




Matheus Saó

A natureza estava bela com toda a sua fauna e flora animadas com o Rei que

dominava o sertão do Sul da Bahia. Parecia fantasia o que eram vivenciados

por todos os animais que viviam em harmonia.

Até mesmo o vento do sul soprava, fazendo com que a natureza cantasse

louvor ao Criador. Os Índios da Tribo de Olivença estavam eternos e andavam

em harmonia com a fauna e flora que tanto os rodeava.

Os Tucanos estavam olhando o mais belo por do sol, enquanto a família de

“Micos Leões Dourados” estava comendo dos melhores frutos seletos,

produzidos pelas as mais belas árvores milenares.

O chefe da tribo estava tratando a sua bela esposa como uma rainha, enquanto

a rainha fazia amizade com as aves rapinas.

A semente que germinava no chão, fazia reluzir uma nova geração, geração de

novos girassóis que estavam cada vez mais belos com a fotossíntese realizada

de forma natural.

O Leão Baio no alto da montanha estava observando o seu território,

admirando aquela paisagem tropical, já que não existia mais nenhuma caça

ilegal.

A Gralha Azul voava e os Pinheiros milenares estavam produzindo o seu

pinhão, para todos da pequena vila que admirava a mais bela constelação.

Os Índios da Tribo de Olivença estavam naquela “Terra Prometida”.

A água límpida estava caindo nas pedras preciosas. O tesouro perdido da

humanidade, logo traria do céu a verdade.

O maior ouro já descoberto na história. O maior triunfal Deus nos deu a vitória.

Assim como o verde das ervas do jardim, o Reino da floresta já não tinha fim.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Frases de Ana

 



Rodolfo Pamplona Filho



Eu esqueci 

Estou de dieta 

Não vou comer mais nada, não!

Só vou comer mamão

Vou virar Dona Balofinha!

Não vou comprar nada nesta viagem!

Queria ter nascido homem…

Eu te amo no coração e no sovaco

Entendi…

Não entendi nada!

Fui, Banda Mel!


Bogotá, 10 de janeiro de 2024.







quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Campesino

 



Florisvaldo Mattos


Como folhas caindo num deserto,

humanas resistências vão caindo

sobre campo sem sol. Peito coberto

de um só grito esperança vai cobrindo.


Rude labor de enxadas consumindo

sangue que dá de sangue um sonho certo,

esperanças do amanho já sumindo

na sede de esperança que está perto.


Amargas deslembranças param, vendo

no íntimo do espetáculo chuvoso

a aparecido desaparecendo.


Antes que o amor se ausente ao chão sem húmus,

já baixam sobre o campo generoso,

as águas da manhã movendo rumos.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Incidentes e Oportunidades

 



Rodolfo Pamplona Filho


O imprevisto normalmente aborrece…

Mas ele pode ser um ótimo momento  

para resolver um problema,

resgatar uma memória 

ou quitar uma divida.


É preciso aprender 

a identificar as chances 

que o destino proporciona 

para uma retomada de rumo

ou a busca de aprumo.


Fazer, do limão, uma limonada 

é mais do que uma frase bem-humorada:

é descobrir a sabedoria 

de aproveitar cada instante da realidade,

transformando incidente em oportunidade.


Bogotá, 11 de janeiro de 2024.




terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Quarto monólogo (O fel das roupagens)




 Florisvaldo Mattos


 

Sobre areia largados utensílios,

à vigilância (naus enraivecidas)

dos cães. Os homens já são água e vento.

Retomemos o rastro dos cavalos,

O tempo regressivo, o sortilégio.

Sopram búzios os corpos esfolados.


Um grito sai das veias. Mutilados

pescoços emigrantes, olhos gastos

revisam espetáculo dos rios:

a guerra está no sangue sem verdades

submissos sem marfim — os absolutos.


Ei, parem. É comigo que eles falam,

os mortos, os prantos dominados.

Ardem de escravidão os nervos mudos.

Para os campos de el-rei, para os poentes,

os trabalhos acendem lábios duros,

os sonhos se aluíram na memória.


É comigo que duelam dedos murchos,

e sou eu quem trafega em suas noites,

piso chão de resgate e pesadelos.

Todos sabem que sou. Os que morreram

guardam o dever retido na montanha,

os ódios recomeçam e há retorno.


Mortos crivam no vidro a fúria toda

do principal momento não vivido.

Humanos gritos (sempre humanos) deixam

nas paredes a intacta geografia

do tempo aprisionado — resistência

do apodrecido chão que os mortos pisam


Meu tempo é medieval: um barão doente

vomita girassóis. Os dentes velhos

removem a canção dos muros frios,

por onde deslizasse mão ossuda,

que dos olhos nascida, florescera

em nave corrompida ou vãos tijolos.


Os bens adormeceram indivisos,

tão feitos do marfim dos patriarcas.

A palavra escondeu as previsões,

súbito amanhecida de mudanças:

o barão é um barão, sempre barão,

doira-se entre soluços e águas mortas.


Olhos pendem acesos da muralha,

riscando negro limo da memória,

e medem a extensão — antessonhado

mundo. Reina ao mesmo tempo inviolado.

Onde o espelho, o relho? Quero um espelho

onde veja o possuído tempo unânime.


o tempo meu, cortando extintos rostos,

apagados gemidos, como lâminas.

Quem vem lá, distante, avançando?

Quem ameaça meu solo, minha fauna?

Quem já próximo está violando o templo?


O espaço jaz imerecido.

Flui a verdade entre caminhos mortos.

Olho em redor: sumiram do terraço

guardas e lavradores — todos hoje

avançam na planície. As armas foram-se.

Devolvido o silêncio, as torres dormem.



segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Sinergia

 



Rodolfo Pamplona Filho


Sinergia

Isso é sinergia 

Isso é magia

Isso é mente afiada em linha


Sinergia 

Isso é sintonia

Isso é sinfonia

Isso é energia em plena luz do dia


Sinergia

Isso é pura orgia

Isso é liturgia 

Isso é cirurgia de alta tecnologia 


Sinergia

Isso é ideologia 

Isso é teologia 

Isso é psicologia em autofagia


Sinergia 

Isso é verborragia 

Isso é alegria que convergia 

Isso é sinergia


Morro de São Paulo, 06 de janeiro de 2024, papeando com Chico Gomes

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Dezembro

 



Florisvaldo Mattos


Menino ainda, costumava

romper o cristal da manhã

e do macio horizonte

cavalgar o aromado pêlo

haurindo a seiva do dia, tanto me

comoviam os animais no campo.



Na adolescência,

ave, passei às mãos das incertezas:

como a mim permitiam decidi

a vida cantar por não ser nada.



Transitei pelos vales recolhendo

Um pouco de mim mesmo em cada planta

na água dos riachos me banhava

da pedra me enxugava nas durezas

que ao vento domavam e refaziam

meu secreto saber.



Eu era agora um homem,

tanto me diziam, tanto me provava

o contato com os homens ou algo mais.

A lua cheia matava-me no silêncio,

invariável lua que jamais cantei

por pouco ser e muito dizer.



Amanhecia por vezes sobre um couro,

transido de frio, sem pecados.

Amava a terra, doação da manhã,

mesmo quando armas rudes me cortavam

a fímbria da existência: eu era

um pouco das safras transportadas,

da poeira que tropeiros levantavam

misturada a rastro de sangue nas ladeiras

"Um cavalo cortado ao meio", me diziam,

e isso valia como identificação

ao que vem e suporta seus tropeços.



Os companheiros de infância,

muito bem mortos, lá estão

esculpidos em ecos, regressando,

do afã diário aos búzios vesperais,

ignorando armadilhas do sol-posto,

tanto falam-me os gestos, os ruídos.

E como vêm falar do que não foram!



Agora é dezembro, e pouco vale

um coração cruzado de datas,

mesmo punhais de lâminas fecundas,

rebrilhando ao sol do meio-dia,

de flores, de frutos na campestre senda.

Humilho-me por não ser o que mais fui,

consciente mas expondo-me aos assédios

de ventos ruminosos, águas várias

— águas de aboio insopitado e lento.



Agora é dezembro: com seu penacho

de luz acende o caminho, incinerando

as fétidas lembranças, colorindo

ausências de sonora geometria.

Antes triste que perdido

ao sol que nos confunde,

à chuva que nos vence.



Agora é dezembro, um mês guerreiro,

que doma sombras ao calor de espadas.