sábado, 21 de outubro de 2017

SANGRANDO



Antonio Lafayette.

Intensidade morta
Mortificação da sobrevivência
A voz que não nos revela
Mas que sangra o olhar
A moral que reprime (des)amparados
Lança-nos no viver ausente
Encontramo-nos na origem imaginária
O utópico real, o lugar do desejo não permitido
Pertence-se ao inexistente
Inexistência do viver, do desejo
Os olhos sangram, a voz mente
Manifestação inautêntica
Tempo e representação
 Intensidade sangrando


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Carinho



Rodolfo Pamplona Filho

Preciso demais
Preciso de mais
Preciso de monte
Preciso para ontem...
Preciso para frente...
Preciso para sempre...
Preciso loucamente
Preciso serenamente
Preciso não ser mais sozinho
Preciso imensamente de carinho.

Salvador, 31 de julho de 2012.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Um... [Indefinido]



Anna Clara Andrade de Oliveira

Um... [Indefinido]

(...) Um rio negro e profundo,

Que corre sem parar,

Sem reparar as margens,

A grandeza do mar é o seu destino.

Este rio é uma vida!

Negro, difícil de olhar por sua superfície;

Profundo, que esconde sua essência como se temesse que algo a roubasse ou entendesse.

Um rio de carne e osso;

É um livro de sangue escrito em uma língua que já não existe.

Queria poder ser capaz de achar todas as respostas,

Mas me limito.

Queria poder ler no mínimo sua sinopse,

Mas não consigo nem mesmo ler a minha!

E dentro de tudo isso o tempo passa

E acaba que quem deságua no mar sou eu.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Provar a Dor


Rodolfo Pamplona Filho 

Ver-te no provador
é provar a dor
de não ter-te,
mas entreter-te
para provar que a dor
verte a cada ver-te
sem ter-te,
na vertente
de ter uma prova
de que serei só teu.



Salvador, 06 de abril de 2017.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Reforma Trabalhista


Cyntia Possídio

Deram-me vinte minutos para falar do meu tema,
Mas a verdade é que nele enxergo outro problema
De amplitude maior do que ousei supor,
E a partir destes versos tentarei lhes expor.
Se nos dedicamos a analisar pormenorizadamente a questão,
Veremos que a disputa dá-se entre os poderes da Nação.
Judiciário e Legislativo, como se isso fosse possível,
Travam uma batalha em torno do Direito, invocando seus super poderes para prevalecer o que pensam de qualquer jeito.
Aos que têm jurisdição opõem-se aqueloutros com a legislação,
Trocando em miúdos o que querem dizer talvez façam os homens de toga a lei obedecer.
À provocação que lhes é feita, de modo reativo,
Respondem os homens de preto com ativismo,
E nesse cabo de guerra flagrantemente instituído,
Destina-se à sociedade o maior prejuízo.
Haveríamos, em pleno século XXI, de estarmos discutindo o feixe de poderes que lhes é atribuído?
Ou deveríamos estar aprimorando os direitos que já foram concebidos?
No assunto em questão não há novidade: a matéria foi posta sem discussão dar margem.
O papel dos sindicatos foi constitucionalmente reconhecido e Convenções da OIT isso reverberaram no mesmo sentido.
Mas no vazio normativo ou inação dos atores sociais investidos da função,
Não foram poucas as vezes que a jurisdição deu lugar à inovação.
A proliferação de normas apartadas do processo legislativo
Resultou num sistema de segurança jurídica desprovido,
Deixando sem rumo, no caso do Direito do Trabalho, sindicato, empregador e empregado.
E para corrigir essa distorção que se revela mais ampla, é preciso dizer o que já está dito,
Chegando ao extremo de se criar até princípio,
Como forma de criar uma barreira de contenção, limitando o Judiciário em sua atuação.
E nessa incessante peleja, há quem na reforma nada de bom veja!
Blocos antagônicos se formam, dos que não gostam e dos que com ela concordam,
Turvando, asim, a nossa visão, tirando-nos o foco do que está em questão:
Não é a prevalência do negociado sobre o legislado em matéria trabalhista,
Mas aonde chegaremos com essa postura beligerante e maniqueísta!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Ele sabe que nunca serei ela


Rodolfo Pamplona Filho 
Eu o perdoo
por ter medo
Eu não perdoo
por ser covarde
Eu não resisto
a me entregar ao prazer
do seu corpo
só para me divertir
e me perco
na armadilha do amor

Se eu fosse ele,
eu nunca me deixaria ir...
Mas não sou...
Eu deveria parar
de lembrar que
nunca serei ela

Odeio amar você
Não consigo colocar
mais ninguém
acima de você...
Completamente sozinha,
As vezes você me mata lentamente...
Talvez o erro seja meu
Eu só queria ser feliz...

Salvador, 17 de abril de 2017.