sábado, 6 de abril de 2013

Soneto do Despertador

Soneto do Despertador
Rodolfo Pamplona Filho
Cuco, cuco, cuco
Hora de acordar
E o despertador maluco
não para de chamar

pois o momento de levantar,
sem dúvida, já chegou,
para desafios enfrentar
no novo dia que já raiou.

Mas o sono persiste,
como a deixar triste
aquele que só quer ajudar

a quem merece todo o carinho
e a quem nunca deixará sozinho
para, do seu lado, sempre despertar.

Salvador, 19 de março de 2012.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poema Enjoadinho

Poema Enjoadinho
Vinícius de Moraes

Filhos...  Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos?  Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

O texto acima foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 195.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

As Canções (Soneto)

As Canções (Soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Há canções que fazem sonhar
em viver o que não mais há...
Sons que trazem recordações
Notas que renascem emoções

A primeira ida ao cinema...
O beijo roubado no portão...
A letra de música que vira poema...
A ferida aberta na separação...

A saudade do antigo namorado...
não ficam esquecidos no passado
e surgem sempre ao ouvir

a melodia que traz a lembrança
e que renova a esperança
de a sensação repetir...

Salvador, no aeroporto para Santa Catarina, 14 de março de 2012.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

PALAVRAS DO DONO DO WALMART

PALAVRAS DO DONO DO WAL MART

Discurso de Sam Walton (fundador do WAL MART) fazendo a abertura de um programa de treinamento para seus funcionários:


" Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e pacientemente espera, enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.


Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares.


Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal.


Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas ser notado.


Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranqüilamente que as recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos, e espera.


Eu sou o homem que explica sua desesperada e imediata necessidade de uma peça, mas não reclama; pacientemente espero enquanto os funcionários trocam idéias entre si ou, simplesmente abaixam a cabeça e fingem não me ver.


Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas.


Engana-se.


Sabe quem eu sou???


EU SOU O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA!!!

Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa!
Quando fui lá, pela primeira vez, tudo o que deviam ter feito era apenas a pequena gentileza, tão barata, de me enviar um pouco mais de CORTESIA".


"NÓS CLIENTES TEMOS O PODER DE DEMITIR TODOS OS FUNCONÁRIOS DE UMA EMPRESA, DO ALTO EXECUTIVO PARA BAIXO, SIMPLESMENTE GASTANDO O NOSSO DINHEIRO EM ALGUM OUTRO LUGAR."

terça-feira, 2 de abril de 2013

Sobre Traumas


Sobre Traumas

Rodolfo Pamplona Filho
Com sinceridade e amor,
digo, sem pudor:
nao se apaga o que se viveu.
Se o trauma ocorreu,
é preciso enfrentá-lo,
sem menosprezá-lo,
com coragem e candura,
assumindo nova postura,
sem temer a luta
ou a força bruta,
para aproveitar o presente,
sem medo ou receio,
e enfrentar o amanhã iminente,
independente do meio
ou do instrumento
que se use, de verdade,
para cessar todo lamento
e vencer a vulnerabilidade.
Para superar um trauma,
é preciso renovar a alma,
sabendo que a tristeza
é normal em qualquer mesa,
mas que o mais importante
é saber caminhar adiante,
pois uma alegria está defronte
a você, em um novo horizonte,
que somente vai achar
quem resolver a vida encarar...

Praia do Forte-Iberostar, 11 de março de 2012.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fenômeno, direito de ação e rimas





Fenômeno, direito de ação e rimas
Por Manoana Bastos

A ação é direito
Da qual petição é instrumento
Mas existe fenômeno dela
Chamado aditamento

O aditamento é no início
Antes da citação
É a ampliação do objeto
Na demanda, na ação

A emenda é presente
Serve para correção
Mas para vício sanável
Como manda a legislação

O sujeito e objeto
Também alvo de modificação
Decorrente do fenômeno
Denominado alteração

O sujeito é mudado
Apenas antes da citação
Assim o réu não interfere
No início da relação

A mudança do objeto
Para o réu não interferir
É antes da citação
Para o processo fluir

Feita a citação
O réu é chamado
Só com sua permissão
Para o objeto ser mudado

Após o saneamento
Não há modificação
Nem sujeito e objeto
Poderá sair da ação

 





Imagem extraída de: http://saiddib.blogspot.com.br/2010/10/novo-codigo-de-processo-civil-tem.html

domingo, 31 de março de 2013

Renascendo das Cinzas (soneto)

Renascendo das Cinzas (soneto)

Rodolfo Pamplona Filho
Como é bom experimentar
a paz e o imenso prazer
de, depois de muito chorar,
no meio das cinzas, renascer...

Se é certo que, após a tempestade,
o sol resplandece mais claro
e que, chegada a maturidade,
o tempo se torna mais caro,

não há melhor sensação
do que se descobrir vivo,
forte, disposto e ativo,

para cantar nova canção
e, tal qual Fênix pulsante,
gozar, da vida, cada instante.

Praia do Forte-Iberostar, 10 de março de 2012.