Birão Santana
O sol,
o céu
a música,
pássaros
e o verde
estavam presentes,
palpáveis
em mim.
Você
distante,
mas presente,
se interpondo
ao sol,
ao céu,
à música,
aos pássaros,
ao verde,
a mim,
reinava.
Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
Birão Santana
O sol,
o céu
a música,
pássaros
e o verde
estavam presentes,
palpáveis
em mim.
Você
distante,
mas presente,
se interpondo
ao sol,
ao céu,
à música,
aos pássaros,
ao verde,
a mim,
reinava.
Rodolfo Pamplona Filho
Desde a supressão
de um personagem
em Guerras Secretas
até a retirada de fotos
de um mural institucional,
passando pela defesa
da concepção imaculada
(e da permanência virginal,
mesmo após o parto
e com a continuidade
da vida conjugal...),
tudo pode ser visto
ou revisto,
sob a ótica,
a filosofia
e a ideologia
de quem conta
a história...
Assim, fica fácil
falar dos mistérios da fé
ou de eleições com
votos de sangue
ou 100% de aprovação...
E quando se percebe
a profunda manipulação,
surge a reforma,
a contra-reforma,
a marcha de protesto
ou a primavera árabe,
em que quem
não está acostumado
a ser sequer contestado
tem de ser confrontado
com sua situação
de ditador de plantão,
mesmo sem clara intenção
de se tornar seu próprio
objeto de adoração.
Madrid, 01 de outubro de 2012.
Leal de Souza
As luzes de ouro da cidade
Vaporam fúlgida neblina...
Esquivo ideal — felicidade,
Qual dessas luzes te ilumina ?
Fria a vontade e o peito ardente,
De bens e males sob os rastros,
O homem aos sonhos ergue a mente
E não levanta o olhar aos astros.
Por essas luzes atraídos,
Filhos do vale e da planura,
De longe vieram, atrevidos,
Bater às portas da ventura ...
As luzes de ouro da cidade
Vaporam fúlgida neblina...
Esquivo ideal — felicidade,
Qual dessas luzes te ilumina?...
Rodolfo Pamplona Filho
Kalimera,
agapi mou!
Giassou,
minha Athenea!
Deixe-me ser seu Colosso,
parakalo,
procurar suas curvas
e cavernas de Santorini...
Fugirei para Patmos,
pregarei em Éfeso
e sonharei em Mikonos.
Quero ser sua Acrópole,
matando o minotauro em Creta
seemera et avrio.
Seja a minha forma clássica:
dórica, jônica ou korinthia...
Sagapo, meu Parthenon!
Se me fascinam
as mulheres de Atenas,
da vida, eu quero
somente você apenas.
Atenas/Grécia, 29 de setembro de 2012.
Garcia Rosa
Quando passas altiva e desdenhosa,
Como uma deusa em mármore esculpida,
Lembras-me a Grécia antiga e luminosa
E, adorando a Mulher, bendigo a Vida.
Toda a força do amor misteriosa
Trazes soberbamente refletida
Na perfeição da plástica mimosa
E na graça do andar, indefinida...
Mas quando te acompanho na esperança
De penetrar os íntimos refolhos
Dessa alma em flor, que a amar não se abalança,
Volves em torno, distraída, os olhos,
Na pertinácia vã de uma esquivança
Que semeia ilusões em vez de abrolhos.
Rodolfo Pamplona Filho
É no Santuário de Sculapio,
em que Hipócrates separou
o Logos da Cega Crença,
que se depositam as esperanças
de quem ainda crê em salvação,
não da alma perdida ou maltratada,
mas, sim, do corpo massacrado,
entregue às intempéries da saudade,
no sofrimento da enfermidade.
Não se sabe quem cura:
se Deus ou a mão do homem...
Isto pouco importa para quem busca
a retomada do vigor,
o reencontro do calor
e a superação do torpor
do sofrimento e da dor.
Atenas/Grécia, 29 de setembro de 2012, pensando no Templo de Sculapio.
Maciel Monteiro
Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pode ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera a rosa purpurina;
Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual jamais no céu brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;
Formosa, qual se a natureza e a arte,
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores
jamais soube imitar no todo ou parte;
Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!