Marina,
Morena, Marina,
Você se pintou,
Marina,
Você faça tudo,
Mas faça um favor,
Não pinte esse rosto,
Que eu gosto e que é só meu,
Marina,
Você já é bonita
Com o que Deus lhe deu,
Me aborreci, me zanguei,
Já não posso falar,
E quando eu me zango,
Marina,
Não sei perdoar,
Eu já desculpei muita coisa,
Você não arranjava outra igual,
Desculpe, Marina, morena,
Mas eu estou de mal,
De mal, com você
Blog para ler e pensar... Um texto por dia... é a promessa... Ficarei muito feliz em ler e saber o que cada palavra despertou... Se você quiser compartilhar um texto, não hesite em mandar para rpf@rodolfopamplonafilho.com.br. Aqui, não compartilho apenas os meus textos, mas de poetas que eu já admiro e de todas as pessoas que queiram viajar comigo na poesia... Se quiser conhecer somente a minha poesia, acesse o blog rpf-poesia.blogspot.com.br. Espero que goste... Ficarei feliz com isso...
sábado, 1 de outubro de 2022
Marina
sexta-feira, 30 de setembro de 2022
Lembrança
Cláudia Barral
Te amo como a moça que arde em febre e não dorme
Por longos corredores desertos
Antes mesmo de te amar
Como a um filho
Como a um irmão
Como alguém partindo em breve
Como é o consentir
Como o momento em que acaba a missão de esperar
Como o sol nos pátios dos sanatórios, dos presídios e
[entre rostos de vidro dos santos das catedrais
Como se sua voz fosse a luz
Como alguém que acabou de dar-se conta que é feito
[somente de lembranças
quinta-feira, 29 de setembro de 2022
Musicando a Tristeza
Rodolfo Pamplona Filho
Musiquemos a sensação...
A tristeza é inspiração...
O que machuca também ensina
e o sofrimento não precisa
ser uma eterna sina...
Somos movidos a amor
e - porque não dizer? - a dor...
Somos o Som e a Dor...
Brasília, 14 de março de 2013.
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Noite morta
Manuel Bandeira
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.
Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.
No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.
O córrego chora.
A voz da noite . . .
(Não desta noite, mas de outra maior.)
Petrópolis, 1921
terça-feira, 27 de setembro de 2022
Momentos Felizes
Rodolfo Pamplona Filho
Quando estamos tristes,
lembranças felizes
nos fazem seguir,
mesmo que não saibamos
para onde vamos.
Quando estamos para baixo,
memórias felizes
nos fazem sorrir,
mesmo sem muito tempo
para respirar
Quando estamos depressivos,
momentos felizes
despertam a sensação
de que, em algum lugar do passado,
já houve esperança de um futuro melhor.
Terça-feira, 10 de novembro de 2020
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
Vaidade
Florbela Espanca
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade !
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo ! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade !
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita !
Sonho que sou Alguém cá neste mundo ...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada !
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ...
Livro de mágoas (1919)
domingo, 25 de setembro de 2022
Ritmo da Vida
Rodolfo Pamplona Filho
Não é o ritmo da vida
que me incomoda:
é o corte abrupto no final.
Praia do Forte, 03 de agosto de 2013, lendo Calvin...