sábado, 6 de outubro de 2012

Soneto do Encontro Casual

Soneto do Encontro Casual

Rodolfo Pamplona Filho

Inesquecível e fogoso, como você
Inevitável e ágil, como crescer
Delicioso e poético, como querer
Romântico e sincero, como deve ser

Impulsivo e charmoso, como um bebê
Sensual e atraente, como ter você
Inesperado, como se surpreender
Necessário, como não esquecer

Verdadeiro e encantador,
sem receio de enfrentar a dor,
como vale a pena viver...

O futuro pertence a quem
encara o porvir e não tem
medo de o momento viver...

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LITISCONSÓRCIO

LITISCONSÓRCIO

Dos romanos às XII tábuas
Sou nascido na antiguidade
Das Ordenações Filipinas ao ZPO alemão
Fui chegar à modernidade.

Dentro do mesmo fundamento de fato e de direito
Apareço na comunhão de direitos e obrigações
Quando houver conexão de objeto ou causa de pedir
Quando houver afinidade de questões.

Na formação do processo posso nascer
Chamar-me-ei Inicial,
Mas na lide posso ser Ulterior
E tumultuar a marcha processual.

Posso ser Ativo com muitos autores
Passivo quanto aos réus da ação
Misto pluralizando as pessoas
Em ambos os pólos da relação.

No plano material também sou pertinente:
Sou Unitário na decisão uniforme
Sou Simples nas decisões diferentes.

Necessário ou Facultativo posso ser
Alterando, assim, a minha formação
Num é a lei quem vai determinar
Noutro não há essa obrigação.

Quando sou Eventual
Mais de um é complicado!
Se um for procedente
O outro será negado.

Alternativo é mais uma opção
Em muito cresce o pedido
Ou esse Ou aquele requeiro
Alvíssaras, em um serei atendido!

Ao fazer a cumulação
Do cliente atendo o clamor
Passo a chamar-me Sucessivo
Pois o segundo será aceito se o primeiro também o for.

Ao ser Multitudinário
Convoco muita gente, sou quase uma multidão
Pode o juiz me limitar
Caso for prejudicar a ação.

De litisconsórcio fui batizado
E a esse nome sou fiel
Sou uma reunião de pessoas
Na posição de autor ou de réu.

Clivia Filgueiras <cjfilgueiras@hotmail.com>

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Soneto da Descoberta do Amor Verdadeiro

Soneto da Descoberta do Amor Verdadeiro

Rodolfo Pamplona Filho

Eu quero descobrir o amor
e superar qualquer pudor
por essa liberdade de se buscar,
de se reconhecer e de sempre amar

tantos seres e tantas pessoas,
a quem me entregarei, numa boa,
pois foi assim que eu sei
que finalmente me apaixonei...

E por descobrir alguém
que me entende de verdade,
que não tem problema de sinceridade

e sabe o que cada coisa significa,  
como não a querer, sem dica,
para o resto da vida?

Rio de Janeiro, 18 de novembro de 2011.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ao Admirado

O feixe de luz que escapa da janela
insiste em revelar partes do corpo dela,
que a vergonha da noite teme mostrar.

O que era moreno então vira dourado...
O desejo, antes seco, fica molhado...
E até as paredes gélidas parecem queimar.

É a mulher enlaçada em lençóis perfumados
São as sinuosas formas de um corpo excitado,
na esperança que o macho chegue...
penetre...sem perguntas...sem pensar...

Com a mão, com a boca, com a língua...
Impaciente, aos soluços, com força...
Apertando a cintura da moça,
até um susurro agudo ecoar...

Então o desconhecido dos livros some,
a porta se fecha, o sol dá sinal...
e a moça não sabe se dor ou se festa,
se sonho ou real...


Andressa Raphaella

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Soneto da Sensação de Segurança

Soneto da Sensação de Segurança

Rodolfo Pamplona Filho

Sentir-se seguro, aprisionado,
como se pudesse controlar
o que é normalmente inesperado
e que ninguém pode evitar.

Pensar que detector de metais
ou fazer revista e vistoria
trarão a paz que não volta mais,
reaquecendo a alma fria,

que perdeu, há muito, a tranqüilidade
e, por isso, tem a necessidade
de buscar a sensação de segurança,

submetendo-se, de própria vontade,
e abrindo mão da sua individualidade,
mesmo que custe sua esperança.

No aeroporto de Brasília, junto do detector de metais,
vindo de Imperatriz-MA para Ilhéus, via Salvador,
10 de novembro de 2011.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Acolhe-me

Acolhe-me

Acolhe-me Pai
Sem nada dizer
Abraça-me forte
Me faz renascer
Olha em meus olhos
Vê a minh’alma
Sedenta de Ti
Me acolhe
Me acalma
Sê meu caminho
Meu tudo
Meu sim
Arrasta-me pra Ti
Me faz prisioneira
Estarei inteira
Completa de Ti
E como o rio           
Que busca o mar
Acolhe-me Pai
Quero perder-me em Ti
Sem nada, nada dizer..."
Abraço de profunda estima e admiração, Andréia.

domingo, 30 de setembro de 2012

Soneto da Oração

Soneto da Oração

Rodolfo Pamplona Filho

Oração é o que se pode fazer,
quando não se pode fazer nada,
mas não é só o que se deve fazer,
quando não se sabe o que fazer

pois nem sempre somos quem faz
o que é preciso fazer na hora,
não sendo tolo quem clama por ajuda
a quem possa talvez trazer a cura

Não há problema em pedir socorro
ou não saber se mato ou morro
na hora que se perde o caminho.

Todo apoio que se tem é importante,
pois não existe um único instante
em que se queira estar sozinho.

No vôo de Salvador
para Imperatriz-MA (via Brasília),
09 de novembro de 2011.